domingo, 18 de outubro de 2009

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA



Hoje fui conhecer o Museu da Língua Portuguesa. Achei muito interessante, muito bem feito, coisa de primeiro mundo! Eu recomendo.

Uma parte da exposição é dedicada à grande poetisa Cora Coralina. Tem, inclusive manuscritos, expostos, com rasuras e correções. Dentre os poemas, cadernos de receitas... Tirei a foto de uma receita de "Bolo de Mel", a qual pretendo testar, assim que possível.

E, enquanto eu estava olhando, fascinada, aquelas coisas todas, ouvi uma conversa assim:

- Pai, quem era ela (Cora Coralina)?

- Acho que era atriz, escritora, sei lá... - disse o pai, meio sem interesse, passando apressado.

Francamente... já que estava lá, o tal pai podia tentar se informar um pouco mais...

Fiquei tocada em ver os manuscritos. Uma vez, numa exposição sobre Di Cavalcanti, na FIESP, vi uns "rascunhos" feitos por ele, à lápis. Eram pequenas caricaturas, desenhos rabiscados... Nunca esqueci.

Não sei bem por que isso me toca assim. Talvez eu sinta o autor mais perto do meu mundo de gente comum...

Anotei uma frase de Fernando Pessoa, que vi em um dos paineis, (pretendo usar no meu TCC):

" QUEM NÃO VÊ BEM UMA PALAVRA, NÃO PODE VER BEM UMA ALMA"

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

E QUANTO A MIM???

Hoje fui trabalhar meio adoentada... e por insistência de um colega, fui ao médico... e voltei pra casa mais cedo.
E aí a gente percebe o quanto tenta, o tempo todo, ultrapassar os próprios limites e fingir que não é humano e ser, um super-herói, o tempo todo.
Pensamos nas metas, na família, no trabalho, na mãe, nas irmãs, no marido que viaja, nas avaliações, nas provas, nos resultados, na comida do peixinho, nos outros, no pagamento no final do mês, nas contas a pagar, no trabalho pendente, no TCC, nos exercícios pendentes, na aula da semana que vem, na roupa pra lavar, na aula de Yoga na qual faltamos, no curso virtual, no telefonema que adiamos sempre, nos amigos que não vemos nunca, na dieta e no nosso IMC, nos preços das coisas e das renúncias que fazemos, no gerente do banco e nos empréstimos que temos que honrar, nos arrependimentos, nos sapatos divinos que não compramos na estação passada, na crítica dos outros, nos nossos elevadííííííííssimos ideiais, nas nossas auto-críticas super ferozes, nas expectativas não correspondidas, nas viagens adiadas, em todas as vezes em que temos vontade de fugir de tudo e de todos... e vamos em frente, já pensando no passo seguinte, automaticamente.
E automaticamente, já tendo tomado o remédio que o médico receitou, veio um sono absurdo e já comecei a sentir uma culpa enorme pelo tempo que essa soneca induzida iria me fazer perder, diante das milhares de tarefas que eu já havia planejado, caso tivesse um tempinho livre, entre um compromisso e outro.
Penso sempre tanto no mundo ao meu redor...E quanto a mim?? Que horas eu vou pensar em mim? Quem vai pensar em mim, senão eu mesma?
Uma amiga querida, canceriana como eu, disse sabiamente, na semana passada : um canceriano vem pra esse mundo pra amar e não pra ser amado... Será???... deu medo... E se isso estiver certo mesmo? E se a astrologia for a ciência mais exata do universo?
Será que meu destino será sempre doar-me 100% ao mundo todo, amar sem limites e um dia, sem mais ter o que doar, esvair-me e dissolver-me, silenciosamente, no cosmos???... e o que é pior: sem que ninguém realmente perceba o valor disso??? E se tudo o que eu fui e fiz for, simples e automaticamente, esquecido???
Nossa, acho que aquele remédio me deixou meio depressiva...
Acabei de tomar uma decisão importantíssima para a minha vida: NUNCA MAIS TOMO RESFENOL!